Museu Casa Alfredo Andersen encerra 2024 com expansão cultural, residências artísticas e ações educativas 29/12/2024 - 09:00

       

O Museu Casa Alfredo Andersen fechou o ano de 2024 fortalecendo a expansão de suas iniciativas culturais. Com ações que incluem oficinas, exposições, pesquisa e atividades educativas, o Museu fortaleceu sua missão de democratizar o acesso à arte e promover o diálogo com diferentes públicos, tornando-se um espaço cada vez mais vivo e efervescente no cenário cultural paranaense.

 
 

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA - Entre os destaques do ano, o projeto de residência artística do MCAA se consolidou como uma ponte entre artistas, público e acervo, promovendo trocas criativas e experiências transformadoras para os participantes. Este ano, foram recebidos 10 residentes com uma diversidade de estilos e práticas artísticas. Criado em 2019, o projeto se propõe a receber artistas do Paraná, do Brasil e do mundo para uma temporada de produção e interação com o museu e seu acervo. Os artistas convidados passam o período de, no mínimo, um mês para desenvolver suas pesquisas poéticas, resultando em novas obras e atividades com os públicos que frequentam o museu.

Dentre os artistas acolhidos na residência, passaram pelo museu o fotógrafo e professor Wagner Melo, o pintor Adão, o professor e artista visual Nilson Sampaio, o artista plástico Maurício Valle, a artista visual Nina Miyamoto, o artista plástico Jefferson Svoboda, o urban scketcher Simon Taylor, o desenhista e tatuador Yuri Rosa, e, para fechar o ano, a artista visual Ana Beatriz Artigas, que trabalha com obras têxteis e ocupa o ateliê até dia 15 de dezembro.

“O ponto alto da residência são as trocas com o público, a recepção foi maravilhosa e o museu foi ponte para diálogo com pessoas de todas as idades”, diz Adão. As trocas dos artistas com a comunidade se intensificam com a promoção de atividades. Neste ano alguns exemplos foram a oficina de pintura com Nina Miyamoto, utilizando a técnica da aquarela ou guache sobre madeira pinus, a aula sobre fotografia na cidade com Wagner Mello e o antropólogo Cauê Krüger e a exposição feita a partir de oficinas de desenho ministrada pelo professor Nilson Sampaio, com obras de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“Foi uma experiência transformadora. Como artista independente, poder ser acolhido por uma instituição como o MCAA fez sentir que meu trabalho é valorizado. Me senti visto”, afirma o artista Wagner Mello.

Adão - Residência artística | Foto: Kraw Penas/SEEC
Simon Taylor - Residência artística | Kraw Penas/SEEC

 

 

Aulas de cerâmica - Academia Alfredo Andersen | Kraw Penas/SEEC
Oficina de Xilografia | Foto: Kraw Penas

 

ACADEMIA - Outro grande destaque ao longo de 2024 no Museu Casa Alfredo Andersen foram as oficinas, ações educativas e exposições realizadas por meio da Academia Alfredo Andersen, que registrou um aumento significativo no número de alunos matriculados. Em 2024 houve um acréscimo de 156% no número de alunos matriculados em comparação a 2023. Ao todo, foram ofertados cursos gratuitos  em 32 turmas durante o ano, entre aulas de cerâmica artística, desenho, pintura, gravura, fotografia, além da roda de leitura com debates semestrais sobre literatura nacional. “A proporção de crescimento da Academia é um reflexo direto do trabalho de artistas e professores competentes, que se dedicam diariamente à difusão do conhecimento e à democratização do ensino artístico”, afirma Luiz Gustavo Vardanega Vidal Pinto (Vidal), diretor do MCAA.

A Academia fortaleceu a expansão das exposições do MCAA durante o ano. Quatro exposições foram realizadas em virtude dos trabalhos desenvolvidos durante as oficinas. As obras dos alunos também saíram dos limites do Museu e ocuparam outros espaços pela cidade, como o Museu Guido Viaro, com a exposição “Entre Meios”; o Espaço Carbono Cult, com a exposição “Paisagens Distópicas”; e a Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná (APAP), com a exposição “Histórias em Murais”. 

AÇÕES EDUCATIVAS - O Setor Educativo manteve a missão de levar educação artística à alunos e alunos de colégios em Curitiba. Diversas escolas procuraram o setor para proporcionar momentos de visitas guiadas para ensinar os pequenos sobre a trajetória artística do pai da pintura paranaense e sobre as exposições de artistas contemporâneos que ocuparam o Museu. 

As atividades lúdicas desenvolvidas pelo setor incentivaram o olhar artístico das crianças e adolescentes, estudantes de escolas públicas e particulares, além de proporcionar uma oportunidade conjunta de colocarem o que aprenderam em prática. 

 

ACERVO E PESQUISA - Quanto à área de Pesquisa, o acervo esteve aberto durante o ano para auxiliar em processos de busca, estudos científicos e, por vezes, curiosidade do público que anseia por mais informações. O acervo incorporou obras significativas à sua coleção em 2024, como a gravura “Água Forte e Água tinta”, do artista paranaense Fernando Calderari, a história em quadrinhos “Alfredo Andersen - Uma biografia em quadrinhos”, do quadrinista Guto Dias, a monografia “Alfredo Andersen: Uma análise histórica do Pai da Pintura Paranaense” (Uniandrade) do estudante de história Ricardo Augusto Gomes Dias, gravuras da pintora e desenhista Uiara Bartira e do artista Alex Gama, bem como pinturas de Simon Taylor, artista visual que acaba de lançar o álbum “Curitiba em figurinhas” e participou da residência artística do Museu em setembro deste ano.

O acervo do Museu também se expandiu com os cadernos dos residentes. Durante o projeto da residência artística, a cada artista é entregue um caderno em branco para que ela ou ele possa utilizá-lo como diário de pesquisa. Durante os dias de residência cada caderno ganha a identidade de seu autor, resultando em obras a parte e uma marca do artista que fica permanentemente no Museu. Os cadernos podem ser consultados por qualquer pessoa que deseje visitar as páginas que representam o processo de criação destes artistas.   

 

Alunos visitam o MCAA | Foto: Anderson Tozato/SEEC

 

PRAÇA - O Museu Casa Alfredo Andersen também teve fundamental participação na inauguração da Galeria da Praça, em setembro de 2024, um espaço a céu aberto que expõe reproduções de 17 obras do pintor Alfredo Andersen, considerado o pai da pintura paranaense. O projeto, que busca aproximar a arte do cotidiano da cidade, está localizado na Praça Alfredo Andersen, entre as ruas Capitão Souza Franco e Augusto Stellfeld, em frente ao Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba. Contando com um fluxo diário de pessoas que passeiam pela praça, agora restaurada, a Galeria representa uma extensão do Museu e da memória ao trabalho de Andersen.

Luiz Gustavo Vidal, atual diretor do Complexo Alfredo Andersen, destaca que 2024 foi um ano de expansão e conquistas para o Museu e a Academia. Dentre o aumento de residências, alunos matriculados, expansão do acervo e diversas atividades de trocas com variados públicos, em 2024 a instituição ganhou mais força no contexto cultural paranaense. “Neste ano tivemos muito trabalho, muitas atividades e muita organização. Dentre as conversas, troca de ideias, mostramos que o museu é vivo, o museu é efervescente e sempre está aberto para novas propostas”, pontua.

 

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