O livreto “Coloridos por natureza: guia prático sobre pigmentos naturais” foi elaborado durante a residência da artista Bianca Stella na Academia Alfredo Andersen, com o objetivo de compartilhar conhecimentos sobre a produção de tintas naturais, valorizando matérias-primas originárias do Paraná e da América Latina.

A história das cores está intimamente ligada às interações culturais, econômicas e políticas de diferentes regiões do mundo. “Desde os tempos remotos, sua função primária foi classificar, marcar, anunciar, ligar ou dividir” (PASTOUREAU, 2001, p. 10.). Além disso, foram usadas como ferramentas de dominação e poder. Nesse sentido, compreender a história por trás das cores é essencial para o estudo de tintas naturais, pois explica como elas eram extraídas e utilizadas no contexto de cada civilização.

Na contemporaneidade, as cores continuam exercendo um importante papel nas relações geopolíticas. O processo de globalização democratizou, de certo modo, o acesso às cores e aos pigmentos, mas também trouxe à tona questões ambientais e éticas relacionadas à sua produção e comercialização. Os pigmentos produzidos em laboratório a partir de encadeamentos do elemento químico carbono — classificados como orgânicos sintéticos — e os aglutinantes derivados de petróleo são produzidos e consumidos em larga escala. Assim, a temática das tintas naturais contribui para reflexões sobre sustentabilidade e preservação das tradições dos povos ancestrais.

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