Arte Urbana na sala de aula: técnicas e conceitos para sair às ruas 24/04/2019 - 15:20


Oficina da Academia Alfredo Andersen detalha o método em aulas às quartas-feiras

 

Depois de superar a pecha de movimento ilícito após seu surgimento em Nova York, nos Estados Unidos, na década de 1970, a arte urbana tomou conta do mundo. Seja impulsionada por nomes que marcaram aquela década, como Jean Michel Basquiat (1960-1988), ou pelos brasileiros Otávio e Gustavo Pandolfo, que fizeram obras até na fachada da Tate Modern, em Londres, é inegável que os painéis espalhados pelas principais cidades do mundo as tornam mais humanas e convidativas.


O artista Marciel Conrado ensina as principais técnicas de arte urbana.


O fato é que a maior presença desses trabalhos no cotidiano e a celebração deles como arte fez crescer o número de adeptos que querem realizar os seus trabalhos pela cidade ou aplicar a estética em projetos arquitetônicos e de design — foi pensando nesta demanda que a Academia Alfredo Andersen, do Museu Casa Alfredo Andersen (MCAA), lançou neste ano a oficina "Técnicas da Arte Urbana".


As aulas ocorrem às quartas-feiras e são ministradas pelo artista visual curitibano Marciel Conrado, um dos principais nomes da cena de arte urbana. Graduado em Desenho pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), Marciel já expôs em espaços como o Museu Metropolitano de Arte e Ecomuseu de Itaipu. Também integrou a equipe do Museu Oscar Niemeyer (MON) desenvolvendo identidades gráficas para exposições e programas institucionais.


"Quando foi lançada a proposta achamos que seria interessante abrir para todos os públicos", ressalta Marciel. Ou seja: a aula pode ser realizada tranquilamente por quem sequer chegou perto de uma lata de spray, já que são ensinadas todas as técnicas básicas, como estêncil, cartaz, colagens, elaboração dos moldes, além de uma parte teórica sobre a história da arte urbana. "A partir disso a gente faz algumas reflexões sobre arte urbana, como se colocar na cidade e o que tem para discutir no espaço urbano".

Outra técnica detalhada no curso é o desenho (ponto, linha e forma), desenho de personagens, figuras humanas, animais, além da escrita urbana e estudo de reconhecimento do grafitti enquanto estilo. Serigrafia, estêncil e cartazes pintados a mão também estão no currículo. "É um curso interessante para quem pesquisa a história da arte urbana e quer entender melhor as técnicas, para um professor que queira aplicar em sala de aula ou para quem está procurando uma prática para relaxar e desenvolver a criatividade”, frisa Marciel.


A aluna Mical Queiroz.


No caso da aluna Mical Queiroz, 24 anos, a busca pelas aulas veio da vontade de implementar um pouco mais da arte urbana no seu trabalho como designer gráfico. “Me reconheço na linguagem de arte urbana e quis buscar algo mais handmade para fazer além do trabalho do dia a dia. Está sendo bem interessante. Estou descobrindo a minha habilidade, é uma forma de extravasar e ter um respiro artístico”, conta Mical, que quer ainda realizar trabalhos urbanos, a exemplo do professor – Marciel tem vários murais espalhados por Curitiba, em locais como a Praça Generoso Marques e a ciclovia que leva ao parque São Lourenço.  

           

Fora de sala

 

Um jardim externo do museu será adaptado para as oficinas e para um painel coletivo, para que os alunos “usem tinta à vontade”, diz Marciel. “Temos a intenção de criar um espaço para que artistas urbanos da cidade venham criar uma intervenção de tempos em tempos, e que seja uma referência para quem faz as oficinas e visita o museu”.

 

Serviço:


Curso de Técnicas em Arte Urbana

Inscrições: na sede do museu (Rua Mateus Leme, 336, Centro, das 9h às 12h e 14h às 18h). Telefone: (41) 3222-8262.

Aulas: de 21 de março a 12 de julho de 2019, às quartas-feiras, das 18h30 às 21h15.

Investimento: R$100 mensais (já contempla o material utilizado em sala). Documentos necessários: comprovante de residência e documento com foto.

Número de vagas: 15 por turma.

GALERIA DE IMAGENS